viernes, 25 de junio de 2010

Carta de Brasília: Por um time chamado Brasil! III CNE Brasilia, 3-6jun2010

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Carta de Brasília: Por um time chamado Brasil!


Esta III Conferência Nacional do Esporte, a maior já realizada no
segmento, expressou a inteligência coletiva e foi o ápice de um
processo de consolidação de importantes consensos iniciado em sua
primeira edição, em 2004, e mantido na segunda conferência, em 2006. A
primeira definiu os fundamentos da Política Nacional do Esporte com
foco no desenvolvimento humano; a segunda propôs uma nova estrutura
para o Sistema Nacional de Esporte e Lazer e teve como marco a
conquista da Lei de Incentivo ao Esporte.
A III Conferência consolida as conquistas anteriores e avança
para a efetivação do esporte como direito social, conforme preceitua a
Constituição Federal, que também determina que cabe ao Estado oferecê-
lo como política pública. Esta Conferência ocorre em um momento
especial para o nosso país.
O povo brasileiro já deu inúmeras provas de sua genialidade e
criatividade ao superar barreiras na história e ocupar espaços
internacionais nas artes, nas ciências, na tecnologia de ponta, nas
questões ambientais, na gastronomia, nas comunicações, nas políticas
públicas de saúde e de educação, na indústria, sobretudo a de
petróleo, petroquímica e de biocombustíveis.
No campo esportivo, a comunidade internacional, sob diversos
ângulos, volta seus olhos para o Brasil. Os Jogos Pan e Parapan-
americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa do
Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 são
símbolos desse novo olhar do mundo sobre o nosso país.
O momento abre novas oportunidades para o esporte brasileiro. E
isso só é viável porque o Brasil passa por um momento raro de
distribuição de renda e combate à pobreza; trilha um caminho de
crescimento e de estabilidade econômica, de confiança para
investimentos, de ampla democracia e incontestável reconhecimento da
comunidade internacional.
O esporte faz parte deste cenário promissor, como demonstra a
participação inédita de 219 mil brasileiros e brasileiras de 3112
municípios de todas as unidades da federação para debater o Plano
Decenal proposto para esta III Conferência Nacional do Esporte. A
comunidade esportiva nacional compreendeu o chamamento à discussão dos
desafios para os próximos dez anos.
Aqui reunidos – mulheres e homens de todas as gerações, negros e
negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, trabalhadores, pessoas
com deficiências e com mobilidade reduzida, idosos, estudantes,
profissionais de educação física e de outras áreas, atletas, técnicos,
dirigentes e gestores esportivos –, todos construindo o Plano Decenal
de Esporte e Lazer que será um poderoso instrumento de mobilização da
comunidade esportiva e – temos convicção – se converterá em lei no
Congresso Nacional para ratificar o anseio da sociedade
brasileira. Aprovamos o Plano Decenal de Esporte e Lazer “10
pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais” que
ratifica a necessidade de um Sistema Nacional de Esporte e Lazer
lastreado em recursos que tornem sustentável um projeto de longo
prazo.
Significa também promover a inclusão social e o desenvolvimento
humano por meio de programas socioesportivos; institucionalizar o
esporte educacional; atingir resultados inéditos nas competições e
assim projetar o Brasil no ranking do alto rendimento; incrementar
nossa infraestrutura esportiva; modernizar e valorizar o futebol como
identidade cultural do Brasil; ampliar o leque de modalidades para
diversificar a prática esportiva no país; qualificar a gestão do
esporte e do lazer; e aproveitar o potencial econômico-social dos
grandes eventos, porque eles contribuem com o projeto de
desenvolvimento nacional gerando milhões de empregos, aumentando a
renda do trabalhador e propiciando o renascimento de áreas urbanas, a
melhoria da qualidade de vida, a oferta de perspectivas à juventude e
o fortalecimento do respeito do mundo por nossa pátria.
O Plano Decenal ganha força a partir da valorização do
trabalhador da área, especialmente o profissional de educação física,
garantindo postos de trabalho; estabelecendo a criação de políticas de
formação continuada e permanente, de desenvolvimento científico e
tecnológico e de acompanhamento e avaliação dos programas, resultando
na profissionalização cada vez maior da política esportiva no país.
Esse conjunto de ações e metas consolidam os programas sociais de
esporte e lazer do Ministério do Esporte como política de Estado e
avançam rumo à universalização do acesso ao esporte e ao lazer como
direito de todos os cidadãos brasileiros.
O esporte nos ensina que as vitórias são fruto de construções
coletivas, de ideias amadurecidas, de planejamento contínuo, de papéis
definidos, de metas objetivas, de gestão eficiente, de políticas
amplas.
Se os desafios são enormes, maior é a nossa capacidade e espírito
de luta. Reunidos no cinqüentenário de nossa capital, nós, delegados,
delegadas e participantes da III Conferência Nacional do Esporte somos
inspirados pelo sonho da construção de Brasília, forjada em concreto,
feita de poesia, sacrifício e trabalho de brasileiros de todas as
partes. Com esse exemplo, fortalecemos nossa determinação em construir
uma nova década em que o esporte e o lazer sejam vividos pela
população como direitos. Queremos todo o povo jogando, torcendo e
brilhando, vestido com a camisa desse time chamado Brasil.


Brasília, 06 de junho de 2010.
Delegados e delegadas da III Conferência Nacional do Esporte


fonte: Boletim Informativo CREF2/RS - Ano VI Número 3
http://www.crefrs.org.br

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