FIFA estudará questões arbitrais
(FIFA.com) Terça-feira 29 de junho de 2010
O presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, declarou em uma entrevista coletiva hoje que as discussões sobre a tecnologia da linha do gol serão retomadas. O dirigente também deu a sua opinião sobre o nível do futebol apresentado na África do Sul 2010 e falou do legado duradouro que o Mundial deixará para o país.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Sobre a arbitragem e a tecnologia da linha do gol
A FIFA decidiu que esta edição do torneio seria disputada com a arbitragem tradicional, mas apresentou uma novidade. Mantiveram-se um árbitro e dois assistentes em campo, mas, para ajudar os três, o quarto árbitro passou a ter mais responsabilidades. Todos sabiam desde o início desta competição que não usaríamos outro sistema, como a presença de dois árbitros nas grandes áreas, por exemplo, ou recursos tecnológicos como a tecnologia da linha do gol. Consequentemente, nada será alterado neste torneio. Mas com o ocorrido aqui, não poderíamos deixar de reabrir as discussões sobre o uso da tecnologia na próxima Reunião de Trabalho Anual da IFAB, nos dias 20 e 21 de julho no País de Gales.
A FIFA é responsável por organizar a arbitragem. A questão é saber o que precisamos fazer no futuro. Temos de continuar melhorando o controle do jogo. Depois da Copa do Mundo da FIFA 1990, criamos o grupo de estudos "Futebol 2000", o que levou a algumas alterações nas Regras do Jogo, como quanto ao recuo de bola para o goleiro. Este é um processo contínuo na FIFA e também está na minha agenda pessoal. Entre outubro e novembro, apresentaremos um novo modelo para melhorar a arbitragem de alto nível.
Sobre Inglaterra x Alemanha e Argentina x México
Lamento muito pelos erros evidentes de arbitragem que vimos. Entendo que as seleções estejam preocupadas e descontentes. Já me desculpei pessoalmente pelo que aconteceu tanto com a Inglaterra quanto com o México. Também entendo a crítica da imprensa, este é o trabalho dela. Ainda assim, não é o fim do mundo nem para a competição, nem para o futebol. Ao recusarmos a tecnologia, temos de aceitar os erros.
Nós da FIFA precisamos proteger a arbitragem. Temos a responsabilidade de tomar as medidas adequadas para evitar que essas situações aconteçam novamente. No entanto, não posso aceitar que a integridade da competição e dos árbitros possa ser questionada.
Sobre o nível do futebol na África do Sul 2010
Das chamadas oito grandes seleções do mundo, duas foram eliminadas já na primeira fase. Estou satisfeito com o futebol que vi até agora. Os selecionados africanos não tiveram muita sorte já no sorteio dos grupos. Mas Gana está nas quartas de final, o que é uma grande conquista. Claro, esperávamos mais, mas talvez a questão seja como foi a preparação dessas seleções. Na minha opinião, uma liderança mais contínua é um fator crucial. Os africanos são ótimos jogadores, mas transformá-los em um grupo unido em apenas dois meses é muito difícil. Em geral, acho que a qualidade do futebol foi muito alta. As seleções sul-americanas estão muito bem no momento, talvez porque os jogadores se identifiquem mais com os seus países.
Sobre o legado para a África do Sul
Deixamos uma base à Federação Sul-Africana de Futebol. Agora, ela tem as ferramentas nas mãos e precisa fazer a lição de casa. Como legado, ficará não apenas a infraestrutura, mas a imensa popularidade que o futebol ganhou com a Copa do Mundo. O movimento Football for Hope também deixará um legado, oferecendo bases fundamentais em temas como saúde e educação. Há ainda o programa 1GOAL - Educação para Todos, cujo objetivo é levar educação e saúde para o continente africano por meio do futebol.
fonte
http://pt.fifa.com/worldcup/news/newsid=1263484/index.html#fifa+estudara+questoes+arbitrais
"Posicionamento da FIFA quanto à tecnologia no futebol"
(FIFA.com) Quinta-feira 11 de março de 2010
"Na 124ª Assembleia Geral Anual da International Football Association Board (IFAB) realizada em Zurique no dia 6 de março de 2010 e por mim presidida, como manda a tradição em anos de Copa do Mundo da FIFA, a IFAB decidiu não introduzir a tecnologia no futebol.
A FIFA apoia essa decisão, com fundamento nos seguintes pontos:
A universalidade do futebol: um dos principais objetivos da FIFA é proteger a universalidade do futebol. Isso significa que o esporte deve ser praticado da mesma maneira em todos os lugares do mundo. Se você treinar um time de adolescentes de qualquer cidadezinha do planeta, eles jogarão de acordo com as mesmas regras observadas nas partidas que veem pela televisão.
A simplicidade e a universalidade do futebol fazem parte das razões do seu sucesso. Homens, mulheres, crianças, amadores e profissionais praticam o mesmo esporte no mundo todo.
O aspecto humano: independentemente da tecnologia que seja utilizada, a decisão final será tomada por um ser humano. Sendo assim, por que tirar a responsabilidade do árbitro e dar para outro? Muitas vezes, depois de verem um replay em câmera lenta, dez especialistas têm dez opiniões diferentes sobre a decisão que deveria ter sido tomada.
Os torcedores adoram debater os incidentes de uma partida. Faz parte da natureza humana do futebol.
A meta da FIFA é melhorar a qualidade da arbitragem, profissionalizar e preparar melhor os árbitros, e auxiliá-los na medida do possível. É também por essa razão que os testes envolvendo a arbitragem — como a presença de assistentes adicionais e a discussão sobre o papel do quarto árbitro — continuarão a ser analisados, a fim de encontrarmos maneiras de ajudar os juízes.
O aspecto financeiro: a implementação dos modernos recursos tecnológicos pode ser muito onerosa e, portanto, inviável em nível mundial. Mesmo nos principais torneios, muitas partidas sequer são televisionadas. Por exemplo, são quase 900 partidas nas eliminatórias para a Copa do Mundo da FIFA, e as mesmas regras devem ser aplicadas em todos os jogos da mesma competição. As regras precisam ser as mesmas para todas as partidas de futebol no mundo todo.
As experiências realizadas pelas empresas em matéria de tecnologia no futebol também são caras. Também nesse aspecto é positiva a decisão da IFAB de dar uma resposta clara sobre o uso de recursos tecnológicos no futebol, tomada após cuidadosa consideração e análise dos estudos conduzidos nos últimos anos. Agora, as empresas não gastarão quantias enormes de dinheiro em projetos que não serão implementados.
A ampliação do uso das tecnologias: a questão já foi levantada: se a IFAB tivesse aprovado o uso da tecnologia da linha do gol, o que impediria a aprovação do uso de recursos tecnológicos em outros aspectos do futebol? Dentro de pouco tempo, todas as decisões em todos os setores do campo seriam questionadas.
A natureza do futebol: o futebol é um esporte dinâmico que não pode ser interrompido para que uma decisão seja revista. Se fosse preciso parar o jogo para tomar uma decisão, o ritmo da partida seria quebrado e uma equipe poderia até perder a chance de marcar um gol. Além disso, não faz sentido interromper o jogo a cada dois minutos para reavaliar uma decisão, pois isso vai contra o dinamismo natural do futebol."
fonte
http://pt.fifa.com/aboutfifa/federation/president/presidentialcolumn/news/newsid=1179929.html#posicionamento+fifa+quanto+tecnologia+futebol
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